A Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou, no último dia 14 de setembro, seu entendimento sobre a reabertura de escolas, em ambientes educacionais para crianças menores de 18 anos e as medidas necessárias para minimizar o risco de infecções por COVID-19 por alunos, funcionários e familiares.
Desenvolvido com a contribuição de especialistas em instituições educacionais, bem como da OMS, do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), o documento preconiza que a reabertura deve ser orientada por uma abordagem baseada no risco real, levando em consideração:
(i) a epidemiologia do COVID-19 em nível local;
(ii) a capacidade das instituições de ensino se adaptarem para operar com segurança;
(iii) o impacto do fechamento de escolas na perda educacional, equidade, saúde geral e bem-estar das crianças; e
(iv) o alcance de outras medidas de saúde pública sendo implementadas fora da escola.
Veja, abaixo, os elementos norteadores da orientação:
a) a continuidade da educação é crítica para a aprendizagem, desenvolvimento, bem-estar, saúde e segurança das crianças; as escolas devem ser priorizadas entre as primeiras instituições a serem abertas à medida que as sociedades reabrem;
b) dadas as consequências devastadoras para crianças, jovens e nossas sociedades como um todo, as decisões sobre o fechamento de escolas devem ser consideradas um último recurso, temporário e apenas em nível local, se o surto ainda não for administrado;
c) nos fechamentos, a continuidade da educação deve ser garantida por meio do ensino a distância, potencializando a solidariedade social nas comunidades; o tempo de fechamento das escolas deve ser usado para investir na melhoria das escolas para que elas possam reabrir o mais rápido possível;
d) as escolas fazem parte de uma comunidade; na verdade, as escolas conectam as comunidades; as medidas tomadas em uma comunidade em geral também reduzirão riscos nas escolas; é por isso que enfatizamos uma abordagem de toda a sociedade e solidariedade no nível da comunidade para garantir a continuidade da educação em ambientes protegidos pelo COVID-19;
e) não há risco zero, mas as medidas preventivas tomadas para reduzir a transmissão de COVID-19 podem ser vantajosas para a sociedade, melhorando as práticas que dimunuam a propagação de doenças (lavagem das mãos, higiene respiratória e uso de máscara quando apropriado para a idade), ao mesmo tempo que se esforça por maior acesso à educação para todas as crianças;
f) consulta e coordenação dentro da comunidade escolar, bem como com os pais, são fundamentais para construir confiança e tranquilizar os pais sobre a segurança das escolas; as lições aprendidas com crises anteriores (por exemplo, Ebola) mostram que a ampla mobilização social e o envolvimento dos líderes comunitários são essenciais para tranquilizar os pais e ajudar a reduzir significativamente o abandono escolar.
Para o inteiro teor da publicação “Considerations for school-related public health measures in the context of COVID-19”, veja aqui.