Somente 34% dos profissionais das equipes de atenção básica tem recebido capacitação sobre a COVID-19 e o uso de equipamentos de proteção individual. Em relação aos EPIs nas unidades de saúde, os profissionais disseram estar “sempre disponíveis”: luvas (85,7%), máscara cirúrgica (67,2%), máscara N95 (30%), óculos ou elmo (62,7%), avental impermeável (31,9%). O acesso ao conjunto desses equipamentos foi referido por apenas 21,7% dos entrevistados, com diferenças entre as regiões brasileiras (16,1% no Nordeste e 38,5% no Sul). Quase 90% dos gestores relatam dificuldade na aquisição de EPIs.
Quanto à disponibilidade de insumos, o termômetro infravermelho foi considerado suficiente por apenas 18,7% dos profissionais, de oxímetros por 35,6%, de oxigênio por 34,7% e o acesso a teste RT-PCR para COVID-19 por apenas 18,9%. Além disso, mais da metade dos profissionais (55%) relataram que não ter acesso ao teste RT-PCR, fundamental para diagnóstico, notificação, busca de contatos e alta dos pacientes.
Os dados são resultado da pesquisa denominada "Desafios da Atenção Básica no enfrentamento da pandemia da Covid-19 no SUS", conduzida pela FIOCRUZ, a partir da iniciativa da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), com o apoio da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), que objetivou identificar os principais problemas e as estratégias de reorganização da atenção básica à saúde no enfrentamento da COVID-19 nos municípios brasileiros.
Participaram da pesquisa 1.908 profissionais de saúde da APS e 566 gestores, oriundos de todos os estados da federação, atuantes em mil municípios diferentes.
Cabe lembrar que é imprescindível que os Promotores de Justiça verifiquem, oportunamente, junto aos gestores locais de saúde, a situação da atenção básica no seu município, não apenas em relação à COVID-19, mas em sua totalidade de serviços.
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