Minha vida (crucifixo)
03/07/2023 | Por Izabela Kodaka (escrito em 25/11/2022)
Desde quando eu ia para a Procuradoria Geral junto com a Mari Teresinha Ramos Kotaka, para aprender a datilografia, e quando, na ausência do procurador-geral, avistei na parede, atrás do assento, numa altura de dois metros, da chefe da Instituição, o crucifixo de gesso, acostumei-me a rezar e pedir orientação. E ele foi testemunha de minha trajetória, dos desafios, alegrias, tristezas, realizações, vitórias e conquistas dentro da Procuradoria Geral do Estado, que depois foi transformada em Ministério Público do Estado do Paraná.
Quando foram criados os cargos em comissão, o espaço no 6º andar do Palácio da Justiça ficou pequeno para acomodar a Procuradoria Geral, daí veio a primeira reforma de estreitamento do corredor e aumento do espaço para caberem todos os setores.
Nessa ocasião, foi criada a sala de reunião do Conselho Superior, cujo nome homenageou o Dr. Ary Florêncio Guimarães e para onde foi levado o crucifixo, para testemunhar as decisões tomadas pelo Conselho.
Quase no mesmo ano, ou pouco posterior, foi resolvido criar o curso de estágio para estudantes de Direito, para suprimir os dois anos de advocacia que eles tinham que comprovar para realizarem os concursos, o qual passou a ser ministrado por dois anos na sala de reunião do Conselho.
Divisão Judiciária e o Conselho ocupamos as primeiras salas após a reforma; depois, sala de datilografia e Divisão Administrativa; em seguida, de um lado, a sala do secretário do Conselho e, do outro, algumas salas de procuradores e convocados; depois, a sala do setor de Contabilidade, conjugado com o gabinete do secretário e assessores do procurador geral e nós, os servidores do gabinete do procurador geral. Adiante ficava o gabinete do corregedor geral da Procuradoria e seus funcionários; na frente, havia toaletes masculinos e feminino; ao lado dos banheiros, tinha a sala de cafezinho, que posteriormente foi dividida para criar a salinha de telefonia; ao lado do cafezinho foi formada a Biblioteca, até chegar na parede; no corredor, tinha projeto de saída de emergência, que nunca tive o prazer de ver concluído; na sala ao lado da Corregedoria, foi criado o Auditório, cujo nome homenageava, novamente, o Dr. Ary Florêncio Guimarães, e que passou a ser utilizado para as reuniões do Conselho Superior, bem como para o curso do Ministério Público, para as provas orais do concurso de promotores substitutos e para as festividades – desde que o espaço fosse suficiente.
O crucifixo acompanhou sempre a trajetória da nossa instituição, fixado naquele auditório e testemunhando tudo o que acontecia ali. E eu, como sempre, quando tinha algum problema importante, socorria-me a Deus, que me orientasse e me desse luz.