Aparte Eletrônico 38
Aparte Eletrônico nº 38
Amigos e companheiros do Ministério Público:
Fui convidado, ontem (08 de maio de 2.008), para participar de uma reunião com o Dr. Olympio de Sá Sotto Maior Neto, ocasião em que fui comunicado da extinção do CAOP do Júri. Ao que pude sentir, o CAOP Criminal absorverá parte das atribuições que vínhamos desempenhando. O CAOP Criminal será coordenado pelo Dr. Ernani de Souza Cubas Júnior.
Sinceramente, fui surpreendido com tal comunicação. Esperava minha substituição, o que seria absolutamente natural, posto que a função de Coordenador deve ser exercida por pessoa de confiança do Procurador-Geral de Justiça. Para que tivesse plena liberdade na indicação, pedi exoneração da coordenação, ainda na gestão do Dr. Milton Riquelme de Macedo.
Não posso, e não devo, questionar esta decisão.
Mas, confesso, que fiquei surpreso.
O CAOP do Júri foi criado para suprir uma lacuna existente (o de orientação ao Promotor de Justiça do Tribunal do Júri), uma aspiração antiga dos Procuradores de Justiça que atuaram e dos Promotores de Justiça que atuam no Tribunal do Júri.
Por quatro anos, desde que fui convidado para criar e coordenar o CAOP do Júri, eu e minha equipe de trabalho fizemos o possível para orientar todos os Promotores e Procuradores que nos consultaram. Tenho orgulho em dizer que nunca deixamos de dar resposta às consultas.
Desde o início tive a preocupação de criar um curso específico para Promotores de Justiça do Tribunal do Júri, porque, em primeiro lugar, sei das dificuldades enfrentadas, principalmente em início de carreira, de pensar e falar em pé.
Em segundo lugar, porque o fascínio que o leigo tem pelo Promotor de Justiça do Tribunal do Júri reside no poder de comunicação que ele detém.
E, é por causa desse poder de comunicação, que os Promotores de Justiça que atuam no Tribunal do Júri, mais que a maioria de seus pares, que exercem outras atividades dentro do Ministério Público, sofrem muito. Esta exposição nos traz alguns problemas, porque o julgamento que as pessoas fazem da qualidade da comunicação verbal dos Promotores, é que são muito competentes.
Reinaldo Polito, no artigo publicado na revista "Mercado & Negócios - Advogados", Editora Minuano, ano II, nº. 11, disse "O advogado (e o Promotor de Justiça), mais que a maioria dos profissionais de outras atividades, sofre por causa da comunicação (...) o julgamento que as pessoas fazem da qualidade de comunicação verbal dos advogados é uma unanimidade: são feras! Ai é que está o fulcro do problema por causa de excelentes oradores, que sempre atuaram na advocacia, o advogado, sai da faculdade com a imagem de um profissional que se comunica com eficiência. Entretanto, nem sempre recebem orientações adequadas para falar bem em público. Por isso, muitos vivem um verdadeiro calvário tentando proteger a imagem de alguém que se expressa de forma competente, sem ter-se preparado para usar a palavra em público. Alguns vão à luta, fazem cursos, lêem livros, bem ou mal enfrentam as situações que surgem no desenvolvimento da carreira e superam o desafio. Outros ficam acuados, se escondem e se transformam em advogados que só escrevem. Em muitos casos, é um enorme desperdício, pois profissionais competentes, bem preparados e prontos a prestar extraordinários serviços à sociedade, perambulam na sombra porque não sabem falar em público. Além disso, aqueles que falam poderiam expressar-se melhor, muito melhor".
Por isso criei e implantei, o Curso de Extensão Universitária para Promotores de Justiça do Tribunal do Júri. E, com este curso, levamos o nome do Ministério Público do Estado do Paraná, aos Estados do Acre, Amapá e Rondônia. Atualmente, estávamos programando um Curso de Perícias para o Ministério Público do Mato Grosso.
Não foi em vão nosso trabalho. Promotores dessa novíssima geração demonstraram acreditar no Tribunal do Júri; que irão continuar combatendo o bom combate; que não vão compactuar com o crime; que irão continuar defendendo essa sociedade sofrida e humilhada pelo crime e pelo criminoso.
Consegui, em muitos, despertar o verdadeiro espírito Samurai.
Quero agradecer a minha pequena, mas eficiente, equipe de trabalho: Luciana Medeiros Haro Sniecikoski e Anne Mary Vincenzi Vivi, Assessoras Jurídica, Marcia Satomi Suzuki de Oliveira, Auxiliar Técnico; Daniela Lopes de Faria e Renata Maria Borba, estagiárias de Direito e Natacha Aguiar Dias, estagiária de segundo grau.
Sem o concurso destas pessoas, certamente não teríamos atingido os objetivos.
O Centro de Apoio Operacional das Promotorias do Júri somente obteve sucesso, porque tive a felicidade de escolher e trabalhar com pessoas mais inteligentes do que eu.
Meus agradecimentos ao Dr. Marcelo Balzer Correia que, nestes cinco meses em que trabalhamos juntos, se mostrou um companheiro ímpar e um profissional incansável.
Em especial, meus agradecimentos ao Dr. Paulo Sergio Markowicz de Lima, com quem tive a honra e a satisfação de trabalhar por quase quatro anos, período em que demonstrou seu amor incomensurável pelo Tribunal do Júri, influenciando, decisivamente, na vida profissional de muitos Promotores de Justiça.
Agradeço a todos que confiaram em nosso trabalho!
Um forte abraço do
Trovão