A evolução da urna eletrônica
Foto: Christophe Scianni/Asics/TSE
Em 1996, a Justiça Eleitoral trouxe uma inovação para o processo eleitoral: a urna eletrônica. Trata-se de uma máquina de votação, responsável pelo registro dos votos dos eleitores, cujo surgimento deu-se a partir de pesquisas realizadas pela Justiça Eleitoral.
A finalidade desse projeto eletrônico era garantir celeridade e facilidade ao pleito eleitoral - desde a votação até a apuração - sem olvidar dos requisitos de sigilo, segurança e eficiência.
A 1ª versão da urna eletrônica foi utilizada em 1996 nas 26 capitais das unidades da Federação, com exceção do Distrito Federal, e em 31 municípios com mais de 200.000 eleitores, em observância aos critérios estabelecidos pelo TSE.
Já nas eleições de 1998, a votação eletrônica ocorreu em 537 municípios brasileiros com mais de 40.000 eleitores; contudo, somente no pleito de 2000 é que a votação eletrônica foi utilizada em todos os municípios brasileiros, tendo sido, portanto, completamente informatizada.
Votação Eletrônica no Brasil:
Eleições | 1996 | 1998 | 2000 |
Nº de municípios | 5.507 | 5.513 | 5.559 |
Nº de municípios com votação eletrônica | 57 | 537 | 5.559 |
Eleitorado atingido | 32.478.153 | 61.111.922 | 109.780.071 |
% do eleitorado atingido | 32,07% | 57,62% | 100% |
Nº de urnas eletrônicas utilizadas | 77.469 | 152.370 | 353.780 |
Fonte: TRE/SP
Em 2008, ano em que foram testadas as primeiras urnas eletrônicas biométricas, municípios como o de São João Batista (Santa Catarina), Fátima do Sul (Mato Grosso do Sul) e Colorado do Oeste (Rondônia) sofrerem impactos significativos.
Em 2010, por sua vez, o voto biométrico foi ampliado para mais 57 municípios tais como: Bujari/AC, Barra de Santo Antônio/AL, Cabedelo/PB, Rio Formoso/PE, Piripiri/PI, Balsa Nova/PR, Búzios/RJ, Alexandria/RN, Pojuca/BA, Barra dos Coqueiros/SE, Fátima do Sul/MS, Raposa/MA e Alvorada/TO.
Nas eleições deste ano de 2012, a identificação biométrica na urna eletrônica já foi realizada em 24 estados, 299 municípios e com mais de 8 milhões de eleitores, os quais já estiveram aptos a votar mediante a impressão digital.
Porém, é importante ressaltar que devido ao elevado custo dos equipamentos utilizados no processo, a previsão é de que a leitura biométrica só alcance a totalidade dos municípios brasileiros em 2018.
Esse prazo estendido se justifica devido à necessidade do comparecimento de 140.394.103 eleitores perante os cartórios eleitorais para realizarem o cadastro da biometria.
Dentre as vantagens da urna eletrônica com identificação biométrica - instrumento tão importante para a democracia brasileira -, é possível citar:
• o impedimento de fraudes na votação, uma vez que impede que uma pessoa se passe por outra;
• a apuração 100% informatizada;
• a garantia constitucional do sigilo do voto, uma vez que mecanismos de segurança promovem o embaralhamento dos votos gravados na urna;
• a celeridade da divulgação do resultado das eleições;
• a precisão na escolha do eleitor que, no momento da votação, pode conferir sua escolha com a foto do candidato;
• a justificativa eleitoral informatizada por meio do registro na urna eletrônica; e
• a possibilidade de implantação do Registro de Identificação Civil (RIC) - número único que identificará cada brasileiro para identidade, passaporte e outros documentos - a partir do cadastramento dos eleitores brasileiros.
Diante de tudo isso, resta evidente que a confiança da sociedade na urna só tem se fortalecido, tanto perante os eleitores e os políticos como também frente os profissionais da Tecnologia da Informação.
Aos eleitores e políticos, a confiabilidade da urna se deve ao fato de poderem acompanhar o início da votação comprovando a ausência de votos, desde a impressão da zerésima [nota 1] até o final, com a impressão do resultado da sua seção eleitoral (por meio do boletim de urna).
Já para os profissionais da Tecnologia da Informação, a Justiça Eleitoral possibilita que eles realizem vários testes na urna eletrônica, inclusive na tentativa de quebrar o sigilo do voto - intuito que jamais foi alcançado.
Além de todos os benefícios e pontos positivos citados, é importante mencionar ainda que esse processo possibilitará ao TSE criar no Brasil, ao final de todo o recadastramento eleitoral - aproximadamente até o ano de 2018 -, o maior banco de dados de imagens de impressão digital do mundo.
Daniela Andrade Santiago [nota 2]
[Fonte: Tribunal Superior Eleitoral Revista Eletrônica EJE - Out/Nov 2012 - págs. 19 à 21]
Referências:
- http://www.tse.jus.br/eleicoes
Acesso em: 19 out 2012.
- http://www.folhape.com.br/cms/opencms/folhape/pt/edicaoimpressa/arquivos/2012/10/07_10_2012/0031.html
Acesso em: 19 out 2012.
- http://www.fraudeurnaseletronicas.com.br/2009/05/justica-eleitoral-define-osmunicipios.html
Acesso em: 19 out 2012.
- http://exame.abril.com.br/tecnologia/noticias/urnas-identificacao-biometrica-serao-usadas-60-municipios-576916
Acesso em: 19 out 2012.
Notas do texto:
1 Relatório que mostra toda a identificação da urna, comprovando que nela estão registrados todos os candidatos e que nenhum deles computa voto, ou seja, a urna tem zero voto.
2 Bacharel em Direito, servidora da Justiça Eleitoral, lotada na Escola Judiciária Eleitoral/TSE.
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Legislação: (arquivos PDF)
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Estabelece normas complementares para cessão de urnas e sistema de votação específico, por empréstimo...
Referências: (links externos)
» Portal da Justiça Eleitoral
» TRE-PR - Tribunal Regional Eleitoral do Paraná
» TSE - Tribunal Superior Eleitoral